terça-feira, 31 de julho de 2007

Cultura Desporto e Lazer - Memorial do Manganes

A exploração pode ter sido indiscriminada, os repasses de "royalties" maquiados, a agressão aomeio-ambiente exagerada e um final extrativista conturbado, mas é inegável acolaboração financeira e administrativa que a extração do manganês deixou parao Estado do Amapá.

Muitos políticos atuais, gestores governamentais eformadores de opinião nativos do Amapá fizeram uso das excelentes escolas, pioneiros hospitais e bem aparelhados centros esportivos do Projeto ICOMI. Aos excluídos do Projeto inicial talvez caia simplesmente a resignação de não tertido um pai que tenha trabalhado no projeto, para não aproveitar dos benefícios do mesmo.

Acredito que o Grupo ICOMI e empresa atualmente constituída para darprosseguimento da extração, veriam com bons olhos uma parceria paradesenvolvimento de um local de resgate histórico do empreendimento, até porqueainda existem materiais espalhados pelos galpões e pátios que servem comoobjetos de exibição.

Também ex-funcionários vivos que com seus depoimentospoderiam contribuir para um arquivo digital, fotográfico, cinematográfico esonoro da atividade. Talvez não seja difícil encontrar entre taiscolaboradores, materiais particulares que foram guardados durante o projeto,como revistas distribuídas pela Grupo, documentos, fotos e outros objetos.

O Complexo ICOMI, que agrega duas Vilas de potencializaram a criação de dois municípios, uma ferrovia completa em plena floresta datada do início da décadade cinquenta, pátios de mineração e escoamento, além de um porto flutuante,devem ter muito para contar. Alguém precisa somente ouvir! "Um país sem passadonão tem futuro". A propósito: Qual sua proposta para os bens patrimoniais daICOMI revertidos ao estado?


O Memorial seria construtivamente uma edificação rígida em terra firme, mas com leveza arquitetônica misturando pedra, vidro, ferro e certamente, manganês em vários estados como elementos construtivos. Internamente um espaço de exposição de mobiliários, objetos, documentos, fotografias e até vídeo referente a atuação da ICOMI no estado.

Mas não somente isso. Uma sala escura, como uma mina, com piso de vidro sobre uma grande maquete miniaturizada de vários setores do empreendimento em pleno funcionamento, como numa grande maquete viva, com trem, caminhões, máquinas e coisas em movimento.

À medida que o público circula sobre a maquete, telas vão se acendendo nas paredes e apresentando vídeos ou slides fotográficos seriados acerca daquele momento. Sons de caminhões de transporte, máquinas de escavação, explosões de minas, esteiras de distribuição, músicas da época, depoimentos de ex-funcionários e outros elementos vão se misturando e dinamizando o passeio. Um verdadeiro guia eletrônico dentro do local.

Outras salas esquematizadas para representar uma cronologia histórica evolutiva - década de 50 até 1997 fim da mineração – através de roupas, utensílios eletro-domésticos e imagens de notórios amapaenses que fizeram história, no intuito de mostrar aos visitantes que 50 anos não são 50 meses, diga-se de passagem, quase um mandato governamental...

Existe muito mais. Mas achei por bem não detalhar isso naquele momento. Na realidade nem sei por que o faço agora. Como disse no texto de apresentação, gosto de escrever.

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