Apoio a Criação de Cooperativas.
Principalmente de Cooperativas de Coleta Seletiva de Lixo e Resíduos para base de reciclagem. O estado que prega ser o mais bem conservado da Amazônia – não por conta de políticas publicas, mas em face de ser quase uma ilha - não pode deixar de prioritariamente tratar e imperativamente reaproveitar o lixo produzido por mais de 500.000 habitantes, a sua grande maioria residente em dois de seus dezesseis municípios.
No Amapá também se produz lixo que é jogado ao céu aberto nas ruas e depois no lixões sem a menor infra-estrutura. Quer um salto de qualidade, invista na coleta seletiva e provará, que além de ser o mais preservado, ainda colaborapara a reciclagem sistemática de resíduos sólidos em âmbito nacional. Não escondam o lixo no pedaço de floresta que deveria estar ali.
Aqui cabe uma boa ressalva. Não seria interessante se a coleta seletiva começasse efetivamente nos prédios públicos, bares e restaurantes do Amapá? Que tal o Governo a dar exemplo na destinação de seu papel. Já existiria material potencial para uma Cooperativa. Imagine se incorporado mais 70.000 residências em todo o estado? Preservação do meio-ambiente, menos área de lixões desumanos e dinheiro entrando no estado com o lixo saindo em forma de matéria prima. Cooperativa de lixo, não deixa de ser uma industrialização. Só que ao contrário.
Criação de Cooperativas de Beneficiamento e Reciclagem de Resíduos Sólidos.
- Micro-usinas de extrusão de material plástico para gerar matéria prima para artefatos que poderiam ser desenvolvidos regionalmente, tais como produção de canos de esgoto com base em aproveitamento da extrusão de PETs.
- Micro-fábricas de reciclagem de papel, com foco na produção de matéria-prima para outros segmentos: embalagens artesanais, convites e cadernos reciclados (este último poderia ser aplicado na distribuição gratuita de material escolar para alunos da rede pública).
- Micro-fábricas de produção de vasilhames de vidro, para acondicionamento de óleos, essências e material líquido artesanal produzido pelos artesãos e pequenas fábricas locais.
- Micro-usinas de beneficiamento de borracha de pneu, um estorvo ambiental. Aqui poderiam se aplicar técnicas de produção de tapetes veiculares, placas asfálticas, piso antiderrapante, lonas de empermeabilização.Apoio a Criação de Cooperativas de Beneficiamento de pedras ornamentais de jardim. Somente quem já teve a oportunidade de se deparar com o preço de um saco de pedra branca escovada para utilização em jardim, consegue identificar o valor agregado que pode ser colocado num simples m³ de pedra branca extraído de um rio e que aqui é usado na construção civil.
- Cooperativas de Beneficiamento de Resíduos Madeireiros. Alguns elementos construtivos da decoração de interiores em projetos arquitetônicos podem ser obtidos de pequenas matérias-primas. Se não me engano, a Bahia possui uma fábrica de pastilhas de parede oriundas de casca de coco. Cascas de coco. No Amapá poderia ser desenvolvida a potencialidade de rejeitos de madeira para a produção de parquetes, tacos, pastilhas de parede eoutros objetos de tamanho reduzido, através de sobras, aparas e rejeitos dobeneficiamento bruto de madeira. Ecologicamente correto, produzido na Amazôniae amplamente utilizado na construção civil. Também brinquedos educativos emateriais paradidáticos seriam outras opções desse beneficiamento. Produção depequenos objetos funcionais de madeira para utilização no lar. Várias opções dedesenvolvimento de idéias.
Criação de Cooperativas de Construção Civil em Madeira. As cooperativas desse segmento se justificam em face da produção ser em escala, demandar investimento e exigir cooperação técnica e de maquinário entre os interessados de diferentes potencialidades funcionais. [a] Kits de Casas Pré-Fabricadas. [b] Esquadrias padronizadas – janelas, portas e portões. Kits de Decks e Pérgulas para piscina, churrasqueira e jardins. Assoalhosde tábua corrida, lambris, batentes, rodapés, cantoneiras, corrimãos e espelhos.
Criação de Cooperativas de Produção de Mudas de Plantas Ornamentais da Amazônia, para utilização em parques e jardins do próprio estado, mas principalmente para outros mercados consumidores. Se existe uma cidade inteira no estado de São Paulo (Holambra) que vive a partir da produção de plantas ornamentais, por que aqui não se poderia criar um segmento produtivo que absorvesse parte da flora amapaense para comércio exterior?
Criação de Cooperativas de Produção de BIODIESEL. Energias renováveis nunca estiveram tão em alta. O Estado pode continuar produzindo arroz, feijão e outros alimentos para consumo interno, apesar de algumas vantagens de outros mercados serem percebidas no preço final. Se isso trata de soberania estadual, tudo bem. Continuem iniciando a cultura daquilo que fora do Amapá é plantado sistematicamente há anos e certamente possui custo inferior.Mas o potencial da floresta é significativamente superior para a produção de uma base oleaginosa que possa servir para o programa biodiesel nacional. No Brasil já existem os grandes produtores de cana e suas Usinas, mas ainda não existem grandes produtores de oleaginosos para massa do biodiesel. Esse é um potencial gigantesco para a economia do estado.
Criação de Cooperativas de Piscicultura alimentar e ornamental. Expropriar da natureza indiscriminadamente tem seus custos. Apesar da quantidade de rios, a capacidade extrativa não consegue dar vazão as demandas do mercado sem que haja comprometimento da cadeia da biodiversidade. Objetivando dar vazão ao aumento do mercado consumidor, tanques de piscicultura alimentar com técnicas de manuseio devem ser utilizados para potencializar a produção continuada de espécies nativas e otimizar custos de pesca. Assim, cooperativas de criados de peixes – a exemplo dos criadores de camarão no nordeste – poderiam ser os principais fornecedores de matéria prima para a industrialização pesqueira do estado. Peixes ornamentais fazem sucesso no mundo inteiro, principalmente os originários da Amazônia e certamente oscriados em cativeiro ao invés de obtidos indiscriminadamente na natureza, comameaça das espécies.
Criação e Revitalização de Cooperativas de Artesãos com o intuito de "industrializar" em pequena escala seus produtos com vistas à "exportação". Não se trata de incoerência falar de industrializar artesanato. Aqui o termo industrializar está voltado para padronizar escalas produtivas de objetos de grande alcance mercadológico. O artesanato individualizado continuaria e também seria valorizado, mas a definição de padrões, embalagens e escoamento ter que seguir uma linha produtiva de controle de qualidade.
Aqui também cabe uma observação. Determinados produtos artesanais precisam de uma certificação específica, pois o mercado nacional, mas principalmente o internacional já não vê com bons olhos a devastação da floresta como matéria prima artesanal, tampouco consome "bombons" sem normas de higiene e controle sanitário profundas. Na realidade os mercados consumidores geralmente não deixam nem entrar produtos certificados somente na origem, quanto mais sem certificação alguma. Num muno globalizado, um bombom estragado acaba com outros mercados.
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