Criação do Memorial da Madeira. Laranjal do Jarí ainda é um território complicado no Amapá, apesar das intervenções governamentais e não-governamentais que foram dedicadas ao município. Acredito que a culturasempre colabora para o desenvolvimento social.
Assim sendo, sugiro a Construção de um Centro Cultural no município que resgate a história do local, evolução habitacional, demonstre as intervenções governamentais realizadas, os problemas urbanos decorrentes da invasão desordenada e um espaço que potencialize asatividades circunvizinhas desenvolvidas no município. Acho forte o apelo doProjeto Jarí como referência demonstrativa para justificativa de criação inicial do vilarejo e talvez consolidar o Museu da Madeira, com enfoque sobre o Papel e Celulose, possa atrair parceria da Fundação ORSA, atual administradorado Projeto Jarí.
Como um Centro Cultural serviria para mostras culturais ecursos livres de vários temas, mas principalmente reciclagem de papel eprodução de derivados. Parte do Grupo ORSA trabalha com reciclagem paraprodução de embalagens de papelão.
Não seria uma edificação em terra firme, mas uma enorme palafita sobre o surrado rio Jarí ligada à terra através de uma passarela também em concreto, bem construída, mas com elementos laterais desencontrados, como se fosse um ponte em desconstrução. De certa forma uma representação futurista de um beiradão ainda presente.
Um ícone arquitetônico inversamente proporcional à ocupação desordenada e desurbana à beira do Jari. Uma obra, que apesar de construída em concreto armado, representasse um contra-ponto a fragilidade da palafita de madeira e as precárias passarelas. Pensei até em alguns longos troncos de árvores mortas e calejadas pela maré dos rios (na beira de Macapá existem muitos troncos assim) saindo da água por debaixo da construção, adentrando seu interior e varando todos os pavimentos como se destruísse a invasão daquela faixa de terra. Sei lá! Uma referência à natureza querendo resgatar o seu lugar e ao mesmo tempo, a morte da natureza quando o homem invade seu lugar.
Internamente, muito papel, quilos e mais quilos de papel empilhados (documentos oficiais de antigos arquivos mortos passíveis de uso) mostrando exatamente o motivo do Museu e fazendo uma referência à burocratização. Também livros e mais livros, velhos e rasgados, sem mais utilidade, ou novos dispostos nas grandes prateleiras. Esses os principais consumidores da indústria de papel e celulose, porém transmitindo conhecimento ao invés de amarrar a vida como a burocracia.
Obviamente o termo reciclagem seria abordado em algum setor, assim como poderiam ser expostas antigas máquinas de impressão da Imprensa Oficial. Talvez uma sala alternativa com dezenas de máquinas de escrever, carimbos, franquiadoras e todo tipo de maquinário que serviu e ainda serve a burocracia ou produção literária. Tipos e chapas de impressão referenciando a Guttemberg, além de jornais e revistas em forma de painéis, em homenagem a difusão e popularização da informação e conhecimento.
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